Funatura renova apoio internacional para conservação do pato-mergulhão no Tocantins

Por Funatura

24 de janeiro de 2025

O Programa de Conservação da População do Pato-mergulhão no Rio Novo (Tocantins) renovou o acordo de apoio financeiro com o Fundo Mohamed bin Zayed para Espécies Ameaçadas, dos Emirados Árabes Unidos. Em 2025, o programa continuará a ser executado pela Funatura, em parceria com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), dando sequência às ações realizadas no ano passado.

O pato-mergulhão é uma espécie criticamente ameaçada de extinção, que só existe em três regiões do Brasil:  no Jalapão (TO), onde o projeto da Funatura será executado; na Chapada dos Veadeiros (GO) e no entorno da Serra da Canastra (MG). São apenas 200 indivíduos vivendo na natureza. 

É uma espécie muito sensível à qualidade da água. Sua presença reflete diretamente o estado de conservação dos rios e lagos. Por isso é conhecido como o “embaixador das águas”. 

No Jalapão, o censo anual realizado pelo programa de conservação em 2024 encontrou de 16 a 18 indivíduos adultos, apenas. Esses números representam uma queda de 30% em relação a 2019 e vem sendo detectada uma baixa taxa reprodutiva. Ou seja, essa ave rara está cada vez mais ameaçada. 

Na região do Rio Novo (TO), o último censo encontrou de 16 a 18 indivíduos apenas. Foto: Janaína Silva e Franciel Lima/UEMA

Dificuldades para filhotes

Para 2025, o foco principal do projeto está em aumentar a população dos patos-mergulhões que vivem mais ao norte do Rio Novo. No ano passado, os pesquisadores da equipe acompanharam o único ninho ativo da espécie na área, resultando no nascimento de oito patinhos. 

Porém, a avaliação subsequente revelou que os filhotes enfrentam muitas dificuldades nessa primeira fase de vida, e precisam de ações diretas para garantir a sua sobrevivência. A Funatura, o Naturatins e a UEMA vão buscar medidas capazes de reduzir ou evitar os problemas enfrentados pelos patinhos em suas primeiras semanas de vida. 

“Possíveis soluções são: apoiar a estruturação  do criadouro credenciado no Tocantins para fazer a incubação artificial de parte dos ovos e criar os patinhos até a idade de soltura; e também introduzir no Jalapão indivíduos com perfis genéticos diferenciados”, afirma o pesquisador Paulo Antas, da Funatura. 

Pesquisadores Marcelo Barbosa (Naturatins) e Paulo Antas (Funatura) no Jalapão. Foto: Paulo Antas

Renovando esperanças

Com o apoio de instituições de pesquisa, poder público e sociedade civil, ainda é possível garantir um futuro para essa espécie única. “Estamos trabalhando para que a imagem de uma família de patos-mergulhões com seus filhotes recém-nascidos seja algo permanente na natureza”, diz Paulo. 

Com a renovação do acordo de financiamento e sua complementação com recursos do Naturatins e UEMA, renovam-se as esperanças de conservação do pato-mergulhão no Tocantins, com as experiências adquiridas nas atividades de pesquisa sendo compartilhadas com outras instituições que também lutam pela preservação dessa ave cada vez mais rara.

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