Veredas do Peruaçu sofrem com seca e incêndios

Por Funatura

30 de outubro de 2024

A Vereda das Flores, uma das mais bonitas que cercam o Parque Estadual Veredas do Peruaçu, foi devastada por um incêndio na semana passada. O mesmo aconteceu no mês de agosto com a principal vereda do Parque, que margeia o rio Peruaçu. A destruição de veredas dentro e no entorno do Parque expõe uma crise ambiental recorrente na região. 

“A vegetação nativa do Cerrado nas áreas de recarga de aquíferos facilita a infiltração da água até áreas bem profundas, que vão abastecer os aquíferos, caracterizados por ser uma formação geológica que armazena água nas camadas subterrâneas, que alimentam veredas, nascentes, rios e outros corpos d’água. Com o desmatamento, grande parte das águas que penetrariam no subsolo acaba correndo superficialmente para outros lugares, diminuindo paulatinamente a recarga dos aquíferos”, afirma o coordenador técnico da Funatura, Cesar Victor do Espírito Santo.

“A falta de umidade no solo, resultado de baixos níveis do lençol freático, fez com que veredas importantes do Parque e entorno secassem com o tempo, proporcionando que o fogo se alastrasse com intensidade, inclusive no subsolo, provocando a destruição desses ecossistemas tão especiais”, diz Cesar Victor. 

Coordenador da Funatura, César Victor, na Vereda das Flores antes do incêndio

Proteção das Veredas

As veredas, ecossistemas típicos do Cerrado, cumprem um papel vital na manutenção da biodiversidade e na regularidade dos cursos d’água, onde elas se encontram. Funcionam como reservatórios naturais, retendo a umidade e, também, como um habitat que sustenta várias espécies da flora e da fauna do Cerrado. 

Os incêndios das veredas do Parque e do seu entorno, como o que atingiu a Vereda das Flores, serve de alerta para a situação das demais veredas da região do rio Peruaçu. A combinação entre seca, desmatamento e incêndios cria um ciclo destrutivo que ameaça esses ecossistemas. A proteção das veredas é essencial para a sustentabilidade hídrica da região e para a preservação da biodiversidade.

“Esses incêndios nas veredas que estão secando mostram a importância de conservar as áreas de recarga, para manter o Rio Peruaçu com mais água”, destaca César Victor. “Uma vez destruídas pelo fogo, as veredas são extremamente difíceis de serem recuperadas”.

Equipes da Funatura e do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF)

Projeto Áreas Protegidas: Cerrado e Caatinga

Para entender melhor o potencial ecológico de zonas de transição do Cerrado com a Caatinga, a Funatura deu início a um novo projeto, desta vez com apoio da organização internacional Rainforest Trust. Sediado nos Estados Unidos, o Rainforest Trust direciona verbas para proteger reservas naturais e a vida selvagem em todo o planeta.  

O objetivo será pesquisar informações sobre biodiversidade, serviços ecossistêmicos, posse de terra e impactos ambientais em três territórios importantes para a conservação do Cerrado e da Caatinga:  

  • Região do Parque Estadual Veredas do Peruaçu (MG) 
  • Região do Parque Nacional Serra da Capivara (PI)     
  • Região de Jerumenha (PI)

Saiba mais sobre o projeto

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