Fernando Lima (esq) e a diretoria da Funatura: Maria Beatriz Maury, Lidio Coradin e Braulio Dias. Fotos: Letícia Verdi
Na década da restauração dos ecossistemas declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em junho de 2021, os viveiros de plantas nativas representam fonte de matéria-prima para ações locais, nacionais e internacionais.
O diretor-presidente da Funatura, professor de Ecologia da UnB, Braulio Dias, destaca: “Precisamos de mais apoio aos viveiros, para aumentar a produção de mudas nessa década da restauração dos ecossistemas. No DF, ainda são poucos”.
A diretoria da Fundação Pró-Natureza visitou, nesta terça-feira (05/10), o viveiro criado em 2010 no âmbito do Projeto Rio São Bartolomeu Vivo, financiado pela Fundação Banco do Brasil e coordenado pelo engenheiro florestal Fernando Lima, da Funatura. Participaram da visita o diretor-presidente, Braulio Dias, e os vice-diretores Maria Beatriz Maury e Lidio Coradin.
O Projeto Rio São Bartolomeu Vivo foi responsável pela produção de 1 milhão de mudas em cinco anos no DF, entre os viveiros da Funatura, do Ipoema e da Rede Terra. Com as mudas de espécies nativas do bioma Cerrado, foi possível deixar em recuperação 500 hectares de margens e cabeceiras do Rio.
“O mais caro é fazer chegar as sementes das árvores que precisamos. Estamos produzindo mudas de matas ripárias, para recompor áreas de preservação permanente ao longo dos rios”, conta Elvécio Borges, coordenador da produção de mudas do viveiro, que costuma coletar as sementes em campo, com o apoio dos viveiristas que compõem a equipe, Maíva Barreira Borges e Damião Rodrigues.
O VIVEIRO DA FUNATURA
Com capacidade para produzir 120 mil mudas por ano, o viveiro foi construído para apoiar agricultores familiares, proprietários de chácaras e projetos agroflorestais com interesse na restauração da bacia hidrográfica do alto São Bartolomeu, em Planaltina (DF). O viveiro está localizado no Instituto Federal de Planaltina, com o qual a Funatura tem um acordo de cooperação técnica e um plano de trabalho para execução de diversas atividades de ensino e capacitação junto aos alunos do curso de Agroecologia e de Agropecuária.
Entre 2015 e 2017, o viveiro foi apoiado por projeto ligado ao Parque Nacional Grande Sertão Veredas, produzindo mudas nativas para agroflorestas. Atualmente, é sustentado pela doação de recursos de uma entusiasta da restauração de ecossistemas, Flávia Cantal, que vive na Chapada dos Veadeiros. Flávia criou o Projeto Sangra d’Água, em homenagem a uma das espécies usadas para o reflorestamento de matas ripárias.
A Funatura está em busca de novas parcerias e apoios para melhorar a produção do viveiro.
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HISTÓRIA
O engenheiro florestal e colaborador da Funatura, Miguel Marinho Vieira Brandão, participou do início do Projeto Rio São Bartolomeu Vivo, que originou o viveiro, e enfatiza a importância social do trabalho para o DF. “Já foram realizadas muitas formações, cursos, oficinas e aulas. Milhares de pessoas participaram de atividades ou visitas e dias de campo por lá”, conta.
“Produzimos algo em torno de 1 milhão de mudas. De vez em quando, encontro desde o pedreiro que o construiu até os proprietários rurais beneficiados e todos costumam saber como está o viveiro. Eu diria que é um ambiente que faz as pessoas sonharem alto: com pomares, florestas, cultivo de espécies nativas, recuperação de áreas e muito mais”, conclui Miguel.
SOBRE A DÉCADA DA ONU
A Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030 é uma convocação para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para benefício das pessoas e da natureza.
Tem como objetivo deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los para alcançar os objetivos globais. A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Década das Nações Unidas, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A Década da ONU está construindo um movimento global forte e amplo para acelerar a restauração e colocar o mundo no caminho para um futuro sustentável. Isso incluirá a construção de esforço político para a restauração, bem como milhares de iniciativas locais.