Pantanal: Recuperar e proteger, essa é a nossa missão

Por Funatura

29 de setembro de 2022

Por Ingrid Silveira

Recuperar e proteger a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, que possui uma área de mais de 100 mil hectares. Essa é a principal missão do projeto que está sendo executado pela Fundação Pró-Natureza – Funatura juntamente com o Polo Socioambiental Sesc Pantanal.

O projeto está atuando em duas frentes principais. A primeira delas é a adequação do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas para atender florestas secas e tabocais, seguido pela recuperação de 30 hectares que foram fortemente impactados pelo terrível incêndio de 2020. O mapeamento das áreas a serem recuperadas está sendo realizado pela equipe coordenada por Cátia Nunes, doutora em Ecologia e Recursos Naturais. Após a conclusão dos estudos as primeiras áreas vão receber plantios de mudas e sementes de espécies nativas do Pantanal, insumos esses produzidos por comunidades da região, com o objetivo de gerar trabalho e renda locais.

A segunda frente é a elaboração do Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais da RPPN, incluindo o Manejo Integrado do Fogo (MIF).  O método consiste em queimas estudadas, responsáveis e controladas com o objetivo de diminuir combustíveis orgânicos e criando aceiros que evitem a propagação do fogo em caso de incêndio. Além disso, voluntários de comunidades locais estão recebendo equipamentos e sendo capacitados no combate a pequenos focos de incêndio e em ações de prevenção ao fogo. O resultado dessa capacitação é a implementação da Rede de Agentes Voluntários Contra o Incêndios no Pantanal. O projeto também vai construir poços artesianos em pontos estratégicos da RPPN para que sejam locais de apoio no caso de incêndios, porque essa foi uma das dificuldades levantadas por bombeiros e brigadistas nas últimas tragédias.

O Pantanal tem um alta capacidade de regeneração, em especial em áreas alagadas, mesmo assim, dois anos após o ocorrido ainda é possível perceber os vestígios do incêndio. Árvores e arbustos rebrotam timidamente enquanto espécies gramíneas se alastram rapidamente, tomando a vegetação de matéria orgânica que precisa ser manejada para evitar novos desastres.  

“No ano seguinte ao incêndio o Pantanal passou por uma seca histórica, os ciclos da água já não são os mesmos por causa do desmatamento, sofremos o impacto das mudanças climáticas que isso acarreta. E a Funatura chega com esse olhar sistêmico para as dinâmicas do bioma”, explica Cesar Victor do Espírito Santo, Coordenador do Projeto pela fundação. Por ser uma organização expert em RPPNs, a Funatura aporta uma bagagem metodológica para o embasamento da pesquisa que está sendo realizada, mas também para ações concretas de recuperação e preservação.

O superintendente Executivo da Fundação Pró-Natureza, Pedro Bruzzi, lembra que esse é um momento de grande relevância para ações como essa que ecoam por todo o mundo por meio do chamado da Organização das Nações Unidas – ONU. “A Década da ONU da Restauração de Ecossistemas, que começou em 2021, é um chamado para a proteção e recuperação de milhões de hectares de ecossistemas ao redor do mundo”, explica Pedro.

O Pantanal provê diversos serviços ecossistêmicos aos seres humanos. Dentre eles pode-se destacar a regulação do fluxo de inundações,  provisão de recursos alimentares e água, regulação climática,  serve de hábitat para fauna e flora, sendo o berçário de inúmeras espécies de peixes dos rios do Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país.

Serviço:

O projeto “Projeto RPPN Sesc Pantanal – Recuperando e Protegendo” é realizado pela Fundação Pró-Natureza (Funatura), em parceria com o Polo Socioambiental Sesc Pantanal / RPPN Sesc Pantanal e apoio da instituição Mulheres do Pantanal (Mupan), da Wet Lands International e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU). Conta com o financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) por meio do Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), com as agências Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como implementador e o Fundo Brasileiro de Biodiversidade (FUNBIO) como executor.

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