Integração sustentável de pessoas e meio ambiente é desafio há 34 anos

Por Funatura

30 de julho de 2020

Ararajuba: espécie que inspirou a logomarca da Funatura em 1986.

“Em 1986, quando foi criada a Fundação Pró-Natureza (Funatura), Maria Tereza Jorge Pádua, a idealizadora da ONG, sugeriu que a logomarca da instituição fosse uma ararajuba (Guaruba guarouba). Todos concordaram, mas eu fui além: porque não duas ararajubas, pois assim formariam um casal e poderiam se reproduzir. E assim ficou a logomarca da Funatura: duas ararajubas, um psitacídeo verde e amarelo, endêmico da floresta amazônica”.

O depoimento é do poeta e ambientalista Nicolas Behr, um dos primeiros colaboradores da Funatura, que hoje completa 34 anos. A idealizadora da Organização Não-Governamental (ONG), Maria Tereza Jorge Pádua, conhecida como “grande dama das Unidades de Conservação”, reuniu um grupo atuante de profissionais com trajetórias expressivas na conservação do meio ambiente para formar a Funatura em 1986.

Zoólogos, botânicos, engenheiros florestais, agrônomos, geólogos, educadores e ambientalistas fizeram a ponte entre o conhecimento técnico-científico e a conservação ambiental que caracteriza a atuação da Funatura.

Maria Tereza Jorge Pádua recebeu a medalha Phillips em 2016, que reconhece serviços excepcionais na conservação da natureza, concedida pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN). A medalha leva o nome do médico e zoólogo John Phillips, pioneiro do movimento de conservação nos Estados Unidos. Ela foi a segunda mulher premiada na história da medalha, desde 1963. A primeira foi Indira Gandhi.

Um dos fundadores que esteve ao lado de Maria Tereza à época, o biólogo Paulo de Tarso Antas, conta que o que move um ambientalista é um híbrido entre idealismo e realismo. “A natureza que você tem hoje não é sua, você está pegando emprestado dos seus netos. Tem que pensar no futuro, não um nem dois nem dez anos para a frente, mas 100”, conta.

Segundo ele, a ideia central é conservar os recursos naturais por meio da promoção do uso sustentável, de uma forma que o próprio ambiente possa se renovar. Paulo Antas colabora com a Funatura ainda hoje, sendo responsável técnico por dois projetos em andamento na instituição: Monitoramento da Biodiversidade nas Áreas da Suzano S.A. Celulose e Implementação das Ações Prioritárias do Plano de Ação Nacional (PAN) Pato Mergulhão (Mergus octosetaceus).

A Funatura foi declarada entidade de utilidade pública federal em virtude dos relevantes serviços prestados à sociedade, por decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União de 22 de maio 1997.

Todas as realizações alcançados até hoje devem-se a parcerias com organizações da sociedade civil, movimentos sociais, órgãos de governo, agências internacionais e com o setor privado em várias partes do Brasil.

RESULTADOS

As ações da ONG estão relacionadas com a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais, a restauração de ecossistemas e a valorização das tradições culturais dos seus povos. Entre os principais resultados, estão:

o   20 Projetos de criação, implantação e implementação de áreas naturais protegidas, com destaque para a criação do Parque Nacional Grande Sertão-Veredas;

o   20 Planos de manejo de Unidades de Conservação elaborados;

o   14 Unidades de Conservação com implantação de infraestrutura, entre elas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs);

o   44 Projetos com estudos, diagnósticos, programas, planos e projetos, incluindo o Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu e seu Plano de Desenvolvimento Territorial de Base Conservacionista;

o   Elaboração do Anteprojeto de Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) em 1989, aprovado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) em 1990 e encaminhado pelo executivo ao legislativo em 1992, transformado na Lei 9.985 de 18 de julho de 2000.

o   Eventos, seminários, oficinas e encontros, com ações de construção de políticas públicas, capacitações e atividades de formação.

PROJETOS EM ANDAMENTO

Atualmente, estão em andamento na Funatura os projetos listados a seguir.

o   Monitoramento da Biodiversidade nas Áreas da Suzano S.A. Celulose – Tem o objetivo de avaliar, ao longo do tempo, as respostas da flora e da fauna nativas para as atividades silviculturais da empresa nas reservas de vegetação nativas e plantios comerciais de eucalipto vizinhos. Realiza o inventário de espécies e acompanhamento de seus índices de abundância relativa ao longo do tempo. Também avalia o impacto do atropelamento de fauna na BR 158 no trecho entre a cidade de Três Lagoas e a divisa com o estado de São Paulo, englobando a região da fábrica da empresa em Mato Grosso do Sul.

o   Implementação das Ações Prioritárias do Plano de Ação Nacional (PAN) Pato Mergulhão (Mergus octosetaceus) – Projeto importante para o monitoramento ambiental do bioma Cerrado, o PAN Pato Mergulhão tem como prioridade a verificação da situação populacional de locais de ocorrência histórica da espécie. Considerado o Embaixador das Águas ao caracterizar a boa saúde ambiental dos rios em que vive, o pato-mergulhão é a ave aquática mais ameaçada da América Latina.

o   Projeto FIP Coordenação – Realiza o monitoramento e avaliação dos sete projetos financiados pelo Fundo de Investimento Florestal no Brasil (PIB) de forma a intervir positivamente em questões que possam colocar os projetos em algum nível de risco, bem como incentivar a construção de ações de sinergias entre eles. O PIB/FIP compõe uma iniciativa global do Climate Investment Found (CIF) de apoio à redução das emissões de gases de efeito estufa e da degradação florestal.

o   Reservas Privadas do Cerrado (RPPN/CEPF) – O objetivo desse projeto é aumentar as unidades de conservação no Cerrado, por meio da criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Acontece por meio de parceria e arranjo institucional com o Instituto Cerrados, a Fundação Neotrópica, a Cooperativa de Cafeicultores de MG (Coxupé) e o Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, na sigla em inglês para Critical Ecosystem Partnership Fund) no Cerrado. A meta é chegar à criação de 50  RPPNs até 2021. Até o momento, o projeto já conseguiu executar 40% do total previsto.

o   Acordo de Cooperação com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do governo da Bahia para elaboração dos Planos de Manejo de três Unidades de Conservação Estaduais – Os Planos de Manejo têm por objetivo a compensação ambiental no Monumento Natural Cânions do Subaé, Parque Estadual da Serra dos Montes Altos e Monumento Natural da Serra dos Montes Altos pela Enel Green Power Cristal Eólica S.A.

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