Fundadora da Funatura, Maria Tereza Jorge Pádua é homenageada com nova Reserva Particular no Cerrado

Por Funatura

5 de fevereiro de 2025

Considerada a “mãe dos parques nacionais”, Maria Tereza Jorge Pádua foi uma das primeiras e mais prolíficas ambientalistas do país. Criou mais de 8 milhões de hectares de áreas protegidas — uma extensão comparável ao território da Áustria. Durante sua carreira em órgãos ambientais como o antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (1967-1989), contribuiu para a criação de parques nacionais emblemáticos, como Amazônia, Cabo Orange e Serra da Canastra.

Como fundadora da Fundação Pró-Natureza (Funatura), levou às mãos do presidente José Sarney o ato de criação do Parque Nacional Grande Sertão Veredas e supervisionou o projeto Santuários da Vida Silvestre, que mais tarde serviu como base para a legislação sobre as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

Este ciclo chega agora à sua completude com a RPPN Maria Tereza Jorge Pádua. Esta nova unidade de conservação no município de Augusto de Lima (MG) abrange 355 hectares de Cerrado com veredas, campos rochosos, nascentes e riachos. A rica biodiversidade inclui espécies ameaçadas como o lobo-guará, tamanduá bandeira, tatu canastra e cachorro do mato. Quanto à flora, destaca-se a presença da palmeira juçara, espécie considerada ameaçada de extinção (categoria vulnerável) pelo Ministério do Meio Ambiente.

A área se conecta a corredores ecológicos com fazendas vizinhas e está inserida na Área de Proteção Ambiental da Serra do Cabral e na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, reconhecida pela UNESCO. Existem ainda sítios paleontológicos e arqueológicos com presença de pinturas rupestres em uma área limítrofe ao imóvel onde a RPPN foi proposta.

O processo de criação da RPPN foi apoiado pela Funatura, por meio do projeto Reservas Privadas do Cerrado, que contou com recursos do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, na sigla em inglês para Critical Ecosystem Partnership Fund) e apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).

A RPPN foi aprovada pelo Conselho de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais no dia 30 de janeiro. De acordo com o parecer do Copam, trata-se de “uma área de grande relevância ecológica, possuindo um conjunto representativo de elementos naturais de promissor valor científico, cultural, educativo, paisagístico e turístico”.

A Funatura celebra essa homenagem como símbolo da dedicação de Maria Tereza Jorge Pádua à conservação ambiental. Que a sua história continue inspirando novas gerações a proteger a natureza.

“Premiada e reconhecida internacionalmente por uma vida de dedicação e doação a defesa do meio ambiente, agora, em mais um gesto de doação à causa ambiental, com a ajuda providencial dos filhos Alexandre e Cláudio, Maria Tereza entrega uma nova RPPN”, afirma o superintendente executivo da Funatura, Pedro Bruzzi. “A área protegida é uma parte muito especial do Cerrado Rupestre ao norte de Belo Horizonte, para nossa alegria, comemoração e reconhecimento”.

Leia aqui o parecer do Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais

Na foto principal, Maria Tereza Jorge Pádua com seu marido Marc Dourojeanni na RPPN que leva seu nome. Foto: Maricéia Pádua/Arquivo Pessoal

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