Funatura monitora conservação da biodiversidade em operação da Eldorado Brasil

Por Funatura

10 de dezembro de 2024

Desde o começo do ano, a Funatura assumiu a responsabilidade pelo monitoramento da biodiversidade nas reservas de vegetação nativa no entorno da fábrica de produção de celulose da Eldorado Brasil Celulose S.A. no município de Três Lagoas (MS) . O objetivo é acompanhar como a natureza local responde às operações da empresa e à recuperação das áreas que, antes da aquisição pela empresa, serviam de pasto para a pecuária.  

Trata-se de uma região com alta biodiversidade, na transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado. Com isso, observa-se uma sobreposição de espécies características de ambos os biomas. No mês de novembro, a Funatura realizou sua última expedição de campo de 2024. Os dados colhidos neste primeiro ano de parceria foram os seguintes:

  • Foram registradas 227 espécies de flora. Dessas, 43 espécies são registros novos (não estavam listados anteriormente). Ou seja, houve um aumento de 23% dos registros. 
  • Foram identificadas 266 espécies de aves, que representam 42% das aves encontradas no Mato Grosso do Sul. A coruja-do-banhado, inclusive, foi registrada pela primeira vez no município de Três Lagoas.
  • Mamíferos encontrados representam 39% das espécies não-voadoras do estado de Mato Grosso do Sul. 
  • O mamífero de médio e grande porte mais registrado foi a anta Tapirus terrestris, espécie ameaçada de extinção no Brasil e no mundo, mas que encontrou nessa área condições ambientais excelentes.
  • Na herpetofauna, seis espécies consideradas endêmicas do bioma Cerrado, sendo cinco anfíbios e um réptil.
Pandion haliaetus (águia-pescadora)

“Esses resultados evidenciam uma importante riqueza florística e faunística na área, com populações estruturadas e capazes de enviar indivíduos para repovoamento de áreas próximas ou mais distantes”, afirma o coordenador técnico da Funatura, Paulo Antas.

A Funatura também descobriu que as futuras árvores nativas em implantação natural nos ecossistemas florestais sobreviveram bem à estação seca e também à estiagem que a região enfrentou no início do ano.

Este trabalho envolveu medição de crescimento de árvores; uso de armadilhas fotográficas e de solo, observação de aves e busca por pegadas. A equipe da Funatura é composta por: Paulo Antas (aves), Cristiano de Carvalho (mamíferos), Frederico Mazziero (flora), José Basaglia (flora), Ananda Barros (mamíferos) e Fábio Maffei (répteis e anfíbios).

Antas Tapirus terrestris

O projeto terá sequência em 2025, contribuindo para a avaliação contínua da rica biodiversidade local, a criação de conhecimento sobre as dinâmicas naturais dessas comunidades e o acompanhamento da vida silvestre em uma região onde a Mata Atlântica e o  Cerrado se encontram.

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