A Chapada dos Veadeiros ganhou oito Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). E o Jalapão inaugurou mais uma RPPN que pode ser considerada a mais relevante da região, a poucos quilômetros do Parque Estadual do Jalapão. Áreas somam mais de 1.089 hectares protegidos.
E mais: outras sete RPPNs já existentes receberam seus Planos de Manejos. Confirme exige a Lei do Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC), este documento técnico estabelece o zoneamento e as normas de uso da área das RPPNs e demais unidades de conservação no Brasil.
Vitórias para o meio ambiente foram comemoradas em um evento promovido pela Funatura em Alto Paraíso, com a presença de proprietários de RPPNs, representantes do Ministério do Meio Ambiente, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), ICMBio e Governo de Goiás.
Biodiversidade no Cerrado
Celebração marcou as principais entregas do Projeto Aroeira, executado pela Funatura. Esse projeto faz parte do Programa Copaíbas, viabilizado com recursos da Iniciativa Internacional da Noruega para Clima e Florestas – NICFI, por meio do Ministério das Relações Exteriores da Noruega, e gerido pelo Funbio.
“Cada hectare conservado faz parte de um mosaico essencial para a preservação da biodiversidade na Chapada dos Veadeiros e no Jalapão”, afirma a coordenadora técnica da Funatura Verônica Theulen. “A criação de RPPNs é uma das estratégias de aumentar as áreas protegidas com o apoio da iniciativa privada”.
Nos 18 meses que durou a iniciativa, foram criadas as seguintes RPPNs:
- RPPN Terra das Vochysias, em Alto Paraíso (GO)
- RPPN Beija Flor, em São João D’Aliança (GO)
- RPPN Renascer I, em Alto Paraíso (GO)
- RPPN Renascer II, em Alto Paraíso (GO)
- RPPN Renascer III, em Alto Paraíso (GO)
- RPPN Renascer IV, em Alto Paraíso (GO)
- RPPN Flor Astral, em Água Fria (GO)
- RPPN Serra, em Aparecida do Rio Negro (TO)
As seguintes RPPNs receberam Planos de Manejo:
- RPPN Flor das Águas do Cerrado, em Cavalcante (GO)
- RPPN Campos Úmidos Vochysia, em Alto Paraíso (GO)
- RPPN Águas da Manhana, em Alto Paraíso (GO)
- RPPN Renascer, em Alto Paraíso (GO)
- RPPN Avá-Canoeiro, em Cavalcante (GO)
- RPPN Rio Almas, em Cavalcante (GO)
- RPPN Catedral do Jalapão, em São Félix (TO)
Protagonismo feminino
Das sete RPPNS que tiveram os planos de manejo desenvolvidos, cinco são encabeçadas por mulheres. Uma delas é Flávia Cantal, da Avá-Canoeiro. “A RPPN foi adquirida há pouco tempo e pretendemos desenvolver um projeto de turismo de observação de aves como carro-chefe e também possibilitar experiências no Cerrado de altitude, que envolvam conhecimento maior da biodiversidade do bioma, como trilhas interpretativas”, explicou.
Outra proprietária de RPPN que participou do Projeto Aroeira foi Ana Isabel, da RPPN Rio Almas, em Cavalcante (GO). “Fiz essa reserva para ter o Cerrado conservado e ter a garantia de que não seria destruído”, lembrou.
Mosaico de Unidades de Conservação
O diretor-executivo da Funatura, Pedro Bruzzi, ressalta a importância da união de esforços públicos e privados para proteger o meio ambiente. “Estas novas reservas privadas cumprem suas funções muito importantes: complementam os esforços públicos de conservação e também contribuem para a formação de corredores de biodiversidade ao conectar diferentes áreas protegidas”, afirma.
Próximo desafio é criar o Mosaico Veadeiros-Paranã, promovendo a gestão integrada de áreas protegidas do Cerrado. Será o Mosaico com a maior concentração de áreas protegidas do Brasil.