Equipe da Funatura em primeiro encontro presencial após a pandemia. Foto: Robinson Jamal
Neste 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado, a Funatura promoveu um evento presencial ao ar livre em Brasília, no Parque Olhos D’Água, para comemorar os seus 35 anos de existência e lembrar da importância do bioma que é a “caixa d’água” do Brasil.
“O Cerrado é a região de savana mais rica em biodiversidade do mundo e mais ou menos um terço de toda a biodiversidade do Brasil está aqui. Tem uma importância fundamental para a questão da água, é a região das nascentes das grandes bacias hidrográficas do país”, explicou o professor de Ecologia da Universidade de Brasília e diretor-presidente da Funatura, Braulio Dias, durante o evento. “Estamos, atualmente, enfrentando uma crise hídrica no Brasil, então todo mundo depende da água que vem daqui.”
A geógrafa e coordenadora de Projetos da Funatura, Mara Moscoso, ressaltou que a ideia do evento ao ar livre, com todos os cuidados que a pandemia exige, foi mostrar para o público que as iniciativas de conservação também podem ser individuais. “Cada cidadão tem que fazer o seu papel, participando e ajudando a proteger o Cerrado. O bioma perdeu mais de 45% de suas áreas originais e as pessoas que vivem na área urbana não costumam ter sensibilidade em relação a esse problema”, alertou.
“Nesses 35 anos, a Funatura, mesmo tendo sede no Distrito Federal, atuou na criação de parques, estações ecológicas e reservas particulares em todo o Brasil. Se essas medidas não tivessem sido tomadas há 20, 30 anos atrás, provavelmente em 2021 essas áreas já estariam desmatadas. Hoje, são essas áreas de conservação que sustentam o Cerrado”, afirmou Mara.
Para o diretor executivo da Funatura, Pedro Bruzzi, comemorar os 35 anos no Dia do Cerrado dentro do Parque Olhos D’Água, uma unidade de conservação de Brasília, é simbólico. “Estamos muito felizes, por, de maneiras simples, entre amigos, celebrarmos um momento tão especial. São anos de um bom combate pela proteção da natureza e valorização da vida. Chegamos com um sentimento de gratidão e consciência limpa, de dedicação, muitas entregas e a certeza de que temos muito trabalho pela frente”, finalizou.
VISITAS GUIADAS
O poeta e ambientalista Nicolas von Berh e os engenheiros florestais Miguel Marinho Vieira Brandão e Glendo Henrique Oliveira conduziram dois grupos pelas trilhas do Parque Olhos D’Água, identificando as espécies do Cerrado ali presentes. O grupo que foi com o poeta participou de um jogo de perguntas e quem acertou as respostas ganhou o livro Brasília de A a Z de Nicolas Behr.
Ao final do evento, houve um sorteio de 20 kits com camisetas, bonés, adesivos e máscaras estampadas com a nova marca da Funatura, lançada no dia para celebrar os 35 anos da Fundação. O evento contou com um fluxo de aproximadamente 100 pessoas, que num calor de 34 graus e baixa umidade relativa do ar puderam saborear sucos de frutas nativas e castanhas, fornecidos pela Central do Cerrado, além de água.
ORIGEM DA DATA
O Dia Nacional do Cerrado foi instituído em 2003, por iniciativa do então deputado federal Geraldo Magela, em homenagem ao artista pioneiro do teatro de rua de Brasília, Ary Para-Raios. Ary fazia aniversário em 11 de setembro e valorizava fauna e flora do Cerrado em suas peças teatrais com o grupo Esquadrão da Vida.
Confira as fotos e o banner Linha da Vida.