Na fronteira entre Cerrado e Caatinga: Funatura explora biodiversidade do Piauí

Por Funatura

31 de agosto de 2024

Por meio de uma parceria com o Rainforest Trust, a Funatura está pesquisando informações sobre biodiversidade e impactos ambientais em zonas de transição entre Cerrado e Caatinga. Neste mês de agosto, a Funatura fez a primeira viagem para o Piauí, explorando a região entre os parques Serra da Capivara e Serra das Confusões, além da Região de Jerumenha, a oeste do estado. 

Foram mais de 2.600 km em estradas de terra percorridos entre os municípios de São Raimundo Nonato, Itaueira, Rio Grande do Piauí, Pavussu, Canto do Buriti, Eliseu Martins, Canavieira e Caracol. 

Natureza vibrante, formações rochosas espetaculares, vegetação diversa e várias espécies típicas dos dois biomas, como arara-vermelha, jacupemba e mocó apareceram no caminho. E o tatu-bola, espécie ameaçada de extinção. As 38 espécies de aves registradas indicam a riqueza potencial da biodiversidade dos locais visitados. 

Formações típicas da Caatinga, como o onipresente mandacaru, estão próximas de carrascos onde impera a vassourinha. Jatobás, favas-de-bolota e paus-terra caracterizam bem essa proximidade entre Cerrado e Caatinga. 

Comunidades locais

Na serra de Jerumenha, em pleno mês de agosto, auge da seca no sertão piauiense, a equipe técnica da Funatura deparou-se com um riacho ainda com água corrente. Isso mostra a importância de se conservar a vegetação para manter a recarga dos aquíferos, garantindo água disponível para os sertanejos em suas atividades diárias. 

Para a coordenadora de projetos da Funatura, Mara Moscoso, uma das coisas interessantes foi conhecer as comunidades locais e a forma de vida sertaneja, fazendo uso dos recursos naturais em terra de água escassa. 

Parceria com ICMBio 

A Funatura foi recebida pelo servidores do ICMBio responsáveis pelo Parques Nacionais Serra da Capivara e Serra das Confusões, Marian Rodrigues e José Wilmington Paes Landim Ribeiro. 

Eles explicaram como são as áreas que existem no entorno dos parques e quais são as principais ameaças à biodiversidade na região.

Equipe técnica da Funatura foi composta pela coordenadora Mara Moscoso, pelo biólogo Dr. Paulo Antas e o técnico Daniel Arcanjo.

“Um bom resumo dos resultados obtidos nos percursos iniciais do Piauí foi ver araras-vermelhas sobrevoando a vegetação do Planalto de Jerumenha, atravessando formações de dois biomas, Cerrado e Caatinga”, afirma Paulo Antas. “Mostra a pujança, o contraste e riqueza dessa região de contato entre eles, passando por áreas de caatinga sem folhas, como é natural em agosto e chegando a paus-terra característicos do Cerrado e totalmente cobertos por folhas em agosto, para se alimentar dos seus frutos.”

Projeto Áreas Protegidas: Cerrado e Caatinga

Para entender melhor o potencial ecológico de zonas de transição do Cerrado com a Caatinga, a Funatura deu início a um novo projeto, desta vez com apoio da organização internacional Rainforest Trust. Sediado nos Estados Unidos, o Rainforest Trust direciona verbas para proteger reservas naturais e a vida selvagem em todo o planeta.  

O objetivo será pesquisar informações sobre biodiversidade, serviços ecossistêmicos, posse de terra e impactos ambientais em três territórios importantes para a conservação do Cerrado e da Caatinga:  

  • Região do Parque Estadual Veredas do Peruaçu (MG) 
  • Região do Parque Nacional Serra da Capivara (PI)     
  • Região de Jerumenha (PI)

Saiba mais sobre o projeto

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