A Semana do Cerrado, na Funatura, foi marcada por uma série de ações de celebração e de reconhecimento da importância do bioma para todo o país. Também, foi um momento de destacar o histórico recente de negligência que tem marcado o Cerrado, e seu processo contínuo de devastação. Por isso, o Grito do Cerrado de 2022 foi um misto de comemorações e lutas.
O Grito do Cerrado é um movimento que começou com a Rio Eco 92 quando, também, foi germinada a semente da Rede Cerrado. A ideia central do Grito, que anualmente marca as comemorações do Dia do Cerrado em setembro, é destacar a importância do Cerrado, segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul. Já a Rede Cerrado, que lidera essa iniciativa, é um coletivo de mais de 50 organizações com o objetivo comum de atuar em defesa da conservação do Cerrado e pela proteção dos seus povos.
Desde agosto, a Rede Cerrado, da qual a Funatura faz parte, começou a planejar as ações para a Semana do Cerrado e o seu Grito. Como parte dessas ações, foi formado um Grupo de Trabalho (GT) de Incidência Política. Uma de suas missões foi escrever um texto manifesto capaz de reunir a trajetória do bioma Cerrado, sua importância, desafios e as principais reivindicações para a sua conservação. O fruto do trabalho deste GT se materializou no manifesto político Grito do Cerrado. Ele é político em sua essência, porque se apresenta como um instrumento que representa as ideias da Rede Cerrado sobre a pauta da conservação do bioma e demonstra a sua insatisfação diante do cenário atual.
O manifesto foi construído coletivamente por representantes de algumas das organizações que compõem a Rede Cerrado. O documento reverberou na Funatura, dando início a processos criativos por parte de sua equipe. O co-fundador e atual conselheiro da Funatura, Nicolas von Behr foi convidado a revisitar o texto do manifesto e deixá-lo mais leve e atraente. A missão foi cumprida com sucesso e o manifesto Grito pelo Cerrado ganhou uma nova roupagem nas palavras do poeta ambientalista. Ele argumenta que “É preciso alertar a opinião pública sobre a situação dramática em que vive o Cerrado. Os últimos remanescentes da mais rica savana do mundo estão sendo substituídos por grandes monoculturas. E isso já está trazendo consequências danosas para todos nós”.
O trabalho ficou tão bom que alguns de seus trechos viraram camisetas, que estão estreando a chegada da marca Funatura em roupas e, em breve, canecas e adesivos. O texto, que você encontra no final da matéria, foi lido pelo próprio Nicolas no evento do Grito pelo Cerrado no Eixão Norte, em Brasília, no 11 de setembro, em comemoração ao Dia Nacional do Cerrado.
O segundo poema ficou por conta do Superintendente Executivo da Funatura, Pedro Bruzzi. Pedro, que já tinha contribuído na elaboração do manifesto-mãe da Rede Cerrado, trouxe um texto que destaca os elementos centrais do bioma: serras, cajuzinhos, tamanduás, lobos-guarás, barus, jatobás, dentre outros. Cerratense por natureza, Pedro acredita que é fundamental a ampliação de áreas naturais protegidas para assegurar a proteção da preciosa biodiversidade do bioma.
Por fim, a assessora de Comunicação da Funatura Fernanda Oliveira, criou um poema forte, que destaca os milhões de anos do bioma e seu recente histórico de devastação. O texto, que está circulando pela Rede Cerrado, foi lido a várias vozes no palco do Festival Ilumina, na Chapada dos Veadeiros, no dia 10 de setembro, como parte da campanha #votepelocerrado. Ainda, foi lido pela autora nas comemorações do Dia do Cerrado em Brasília. “O Cerrado é assim, ele mexe com a gente. Ele faz parte da nossa memória afetiva de várias formas: os banhos de rio com os amigos ou família, os pores de sol espetaculares de Brasília, os ipês. Quando a gente se dá conta de que ele sorri por fora, enquanto agonizando por dentro, a gente quer comprar essa briga e ganhar adeptos à causa.”, relata a autora.
Conheça abaixo os quatro textos fruto desse trabalho, que sintetizam pesquisa, cuidado e arte:
Manifestos Grito do Cerrado 2022
Manifesto político, criado pela Rede Cerrado
Manifesto-poema, criado por Nicolas Behr
Manifesto-poema, criado por Pedro Bruzzi
Manifesto-poema, criado por Fernanda Oliveira